Peça “Leopoldina, Independência e Morte” estreia no CCBBBH
foto: Victor Lemini
No mês em que é celebrado o Dia da Independência do Brasil, o Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte recebe o espetáculo “Leopoldina, Independência e Morte”, com Fabiana Gugli e Plínio Soares. Temporada será de 12 a 30 de setembro
Após temporada de sucesso no CCBB de São Paulo em 2018, chega à capital mineira o espetáculo “Leopoldina, Independência e Morte”, montagem que destaca o papel decisivo da imperatriz Leopoldina no processo de independência do Brasil. Esposa, mãe e também estadista: estes foram os papéis vividos por Leopoldina, casada com Dom Pedro I, numa época em que o lugar da mulher era restrito a funções privadas. Mas sua importância decisiva no processo de independência do país é desconhecida pela maioria dos brasileiros. Com texto e direção de Marcos Damigo, a peça recria três momentos da vida da arquiduquesa austríaca que virou imperatriz do Brasil no século XIX, entre 1817 e 1826: recém-chegada da Áustria, ela relata a uma interlocutora estrangeira suas primeiras impressões sobre o Brasil; Leopoldina, agora imperatriz, e José Bonifácio, seu principal aliado, analisam o complexo processo de independência após um acerto de contas; e, por fim, o delírio que consumiu seus últimos dias. A temporada na capital mineira, que tem o patrocínio do Banco do Brasil, acontecerá no Teatro I do CCBB BH, entre os dias 13 e 30 de setembro, quinta a segunda, sempre às 20h. Haverá sessões duplas nos dias 16, 20, 23, 27 e 30, às 15h. Os ingressos custam 30 reais a inteira.
Quem dá vida à monarca na montagem de BH é a atriz Fabiana Gugli, que divide o palco com Plínio Soares no papel de Bonifácio - os atores são acompanhados ao vivo pela musicista Ana Eliza Colomar na flauta transversal e no violoncelo. O texto e a direção são de Marcos Damigo, que há vinte anos sonha com a montagem da peça. Suas inspirações para jogar luz sobre a primeira mulher a se tornar chefe de Estado do Brasil surgiram de um mergulho profundo na história de Leopoldina publicada em biografias, artigos e cartas – trechos das correspondências estão no texto no espetáculo. Falas de Bonifácio também foram extraídas de diários e pronunciamentos do primeiro brasileiro a ocupar o cargo de Ministro de Estado. O historiador Paulo Rezzutti, autor do livro “D. Leopoldina, a história não contada“, deu consultoria histórica para a peça.
“O ensaio publicado pela escritora e psicanalista Maria Rita Kehl no livro Cartas de uma Imperatriz (Estação Liberdade) foi o estopim para encontrar o recorte de uma história tão rica e interessante, enfatizando a transformação da princesa europeia em estadista consciente de seu tempo histórico. Queremos também mostrar para o público de hoje o projeto de um país que, infelizmente, fracassou com a sua morte e o exílio de Bonifácio. Falar deste sonho de quando o Brasil se tornava uma nação independente é importante para nós, principalmente neste momento em que parecemos ter que negociar pressupostos muito básicos dos entendimentos sobre a vida em sociedade”, conta Damigo.
Leopoldina chegou ao Brasil com 19 anos, morreu aos 29 e engravidou nove vezes. Articuladora e estrategista, foi responsável por ações cruciais para a política da época, mas seu grande feito como estadista não foi reconhecido até os dias atuais: enquanto Regente Interina de Dom Pedro I, durante viagem do imperador a São Paulo, decidiu declarar a independência do Brasil no dia 02 de setembro de 1822. Na peça, ela clama pela autoria do momento histórico e questiona a escolha do dia 07 de setembro, data oficial escolhida para sua celebração.
Gostava de teatro e literatura e falava vários idiomas, além de ser botânica e mineralogista. Segundo Maria Rita Kehl, "D. Pedro continuava dependendo de Leopoldina; ela o orientava politicamente, comunicava-se com representantes de países estrangeiros com mais desenvoltura, falava mais línguas e era mais culta do que ele. Mas Pedro vingava-se da superioridade da esposa desmoralizando-a como mulher". Conforme a paixão de Dom Pedro por Domitila de Castro se tornava pública e a Marquesa de Santos ficava cada vez mais poderosa, Leopoldina e o projeto político que representava foram perdendo força. Morreu após um aborto, deixando cinco filhos, entre eles o sucessor do trono, Dom Pedro II.
Sobre a imperatriz Leopoldina
Descendente da família Habsburgo, a mais poderosa do início do século XIX, Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena nasceu em Viena, capital da Áustria, em 22 de janeiro de 1797. Era filha do imperador Francisco I da Áustria e de Maria Teresa da Sicília. Foi a primeira imperatriz brasileira e ficou conhecida popularmente como D. Maria Leopoldina. Deixou sua terra natal rumo ao Brasil para casar-se com Dom Pedro I, em um matrimônio arranjado típico daquela época.
PERFIS
Marcos Damigo (diretor/autor) – Ator, diretor e autor teatral formado pela Escola de Arte Dramática (ECA/USP), possui grande interesse pela história do Brasil como fonte de criação artística: ganhou o Prêmio Nascente da USP por seu primeiro texto teatral, "Cabra", sobre a Guerra de Canudos; adaptou clássicos como "O Retrato de Dorian Gray" (Oscar Wilde), realizado pelo Teatro Popular do SESI SP, onde também foi protagonista, e "O Barão nas Árvores" (Ítalo Calvino), para a Cia. Circo Mínimo; e coordenou a dramaturgia do projeto "O Que Morreu Mas Não Deitou?", indicado ao Prêmio Shell na categoria especial. Como diretor, realizou "Os Visitantes" (Priscila Gontijo) e "Perfeitos, Perversos e Educados" (Howard Brenton), que também traduziu para o português. Na televisão, estreou no SBT como protagonista da novela "Fascinação" (Walcyr Carrasco). Na Rede Globo, atuou em "Joia Rara" (Thelma Guedes e Duca Rachid), ganhadora do prêmio Emmy Internacional de melhor novela, e "Insensato Coração" (Gilberto Braga e Ricardo Linhares). Recentemente, atuou nos elogiados monólogos baseados nas obras de Machado de Assis "As Sombras de Dom Casmurro", sob direção de Débora Dubois, e "Memórias Póstumas de Brás Cubas", direção de Regina Galdino, que lhe rendeu indicação ao Prêmio APCA de Melhor Ator 2017.
Fabiana Gugli (atriz) – Formou-se pela Escola de Arte Dramática/USP, em 1997. Logo no inicio da sua carreira profissional, entrou para a Cia. de Ópera Seca, de Gerald Thomas, onde atuou em 13 trabalhos sob a direção do encenador, entre eles “Circo de Rins e Fígados”, com Marco Nanini, “Deus Ex-Machina, Ventriloquist”, “Nietzsche X Wagner” e a ópera “Tristão e Isolda”. O solo “Terra em Trânsito”, também dirigido por Gerald, lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Shell/2006 de Melhor Atriz. No espetáculo “Os 39 Degraus” foi indicada como Melhor Atriz Coadjuvante/2011 pela APTR. Seu mais recente trabalho em teatro, “Refúgio”, com direção de Alexandre Dal Farra também recebeu indicação a Melhor Atriz no Prêmio Shell/2018. Outros trabalhos em teatro incluem: “Huis Clos", com direção de Sergio Salvia Coelho, “Antes do Café”, com direção de Celso Frateschi e “Tartufo”, com direção de José Rubens Siqueira. Em cinema, participou dos filmes “O Banquete”, com direção de Daniela Thomas, “Não Pare na Pista”, longa sobre a vida de Paulo Coelho, “O Cheiro do Ralo”, de Heitor Dhalia, entre outros. Em TV, participou da minissérie “Supermax" (Globo), fazendo a personagem Diana, e de outros muitos seriados na TV Globo, entre eles, “Os Experientes”, “Dicas de um Sedutor”, “Minha Nada Mole Vida”, “A Grande Família”, “Tapas e Beijos”, “Amorteamo" e “Som e Fúria”. Fez também as séries “Motel” (HBO), “PSI” (HBO), “Família Imperial” (TV Cultura), “O Homem da Sua Vida” (HBO), entre outras.
Plínio Soares (ator) - Graduado pela Escola de Arte Dramática (ECA/USP). No teatro atuou em diversos espetáculos, incluindo “Noés”, de Rafael Neumayr, direção de Carlos Gradim; “Sonata De Outono”, de Ingmar Bergman, direção de Aimar Labaki; “Maria Miss”, adaptação de conto de Guimarães Rosa por Ewill Rebouças, direção de Yara de Novaes; “A Mulher que Ri”, de Paulo Santoro, direção de Yara de Novaes; “Hamlet”, de William Shakespeare, direção Francisco Medeiros; “O Que Morreu Mas Não Deitou E Terra Sem Lei”, coordenação de Francisco Medeiros; “Ricardo III”, de William Shakespeare, direção de Roberto Lage; “Prova Contrária”, de Fernando Bonassi, direção de Débora Dubois; “Bonita Lampião”, de Renata Melo, direção de Renata Melo (indicado Prêmio Shell como Melhor Ator); “O Santeiro Do Mangue”, de Oswald de Andrade, direção de José Celso Martinez Corrêa; “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, direção de Francesco Zigrino; entre outras. No cinema, atou em “O Coletor”, de Marcos Alquéres; “Therese”, de Fabiana Serpa; “Xingu”, de Cao Hambúrguer; “Ensaio Sobre A Cegueira”, de Fernando Meirelles, “Bruna Surfistinha”, de Marcos Baldini; “Domésticas”, o filme, de Nando Oliva e Fernando Meirelles. Na televisão integrou o elenco de “Malhação-Conectados”; “Mad Maria”; “A Cor do Pecado”, “Esperança”, “Coração de Estudante” (Rede Globo); “Telecurso 2000” (Fundação Roberto Marinho); “Homeless”; “Castelo Ra-Tim-Bum”; “Mundo da Lua” (TV Cultura); “Milagres de Jesus” – “A Mulher Encurvada”; “Cidadão Brasileiro” ( Rede Record).
Ana Eliza Colomar (musicista) - Bacharel em Letras pela USP, completou seus estudos na Escola Municipal de Música de São Paulo. Atua profissionalmente tanto em música erudita, como em música popular, executando violoncelo, flauta e sax. Integrou a Orquestra Experimental de Repertório e a Orquestra Sinfônica de Santo André. Tem ampla experiência em espetáculos teatrais: Integrou o Grupo do Ornitorrinco, o Grupo XPTO, o elenco de “O Retrato de Dorian Gray” no SESI São Paulo, como instrumentista e arranjadora. Autora e intérprete solo da trilha de “Leopoldina, Independência e morte”. Integrou elenco de “Noite Filme Noir Cabaret- Trixmix.” Foi flautista e saxofonista dos musicais “Les Misérables” e “A Bela e Fera”. Acompanhou e gravou com Edson Cordeiro, com participação de Ney Matogrosso, Laura Pausini, Fortuna, Gereba, Rita Ribeiro, Loop B, Socorro Lira, Fioti, Stela Campos, Quinteto Aralume, Grupo Bojo, Thiago Pethit, Tiê, entre outros. Desenvolve também projeto de união da linguagem acústica com música eletrônica junto ao Grupo Pedra Branca. Integrou o quarteto de jazz da pianista Christianne Neves com a qual foi solista no Festival de Jazz de Sorocaba, em 2013. Integra, há 20 anos, o grupo de música étnica Mawaca, com o qual participou de inúmeros festivais e shows pelo mundo, e o grupo de samba e choro Dedo de moça, vencedor do fomento música 2019. Foi parecerista no edital PROAC música Instrumental em 2014 e 2015.
FICHA TÉCNICA
Texto e Direção: Marcos Damigo. Codireção: Lucas Brandão. Elenco: Fabiana Gugli e Plínio Soares. Consultoria histórica: Paulo Rezzutti. Assistente de direção: Laura Salerno. Cenografia: Renato Bolelli Rebouças. Figurinos: Cássio Brasil. Assistente de figurinos: Daniela Tocci. Desenho de Luz: Roberto Setton. Música ao vivo (flauta e cello): Ana Eliza Colomar. Trilha Sonora: Ana Eliza Colomar e Nivaldo Godoy Junior. Colaboração Artística: Sara Antunes, Tarina Quelho e Joca Andreazza. Assistente de cenografia: Amanda Vieira. Artes Visuais: Priscila Lopes. Design Gráfico: Ramon Jardim e Victor Iemini.Fotografia e Vídeo: Victor Iemini. Comunicação: Agência Fervo – Priscila Cotta. Assessoria Jurídica: Mariana de Castro Assistente administrativo: Sérgio Antônio Moura. Contabilidade: Andrade & Associados. Assistente de produção: Fernanda Ramos. Direção de Produção: Fernanda Moura Idealização:Marcos Damigo. Produção e Administração: Fernanda Moura - Palimpsesto Produções Artísticas. Assessoria de imprensa local BH: Luz Comunicação - Jozane Faleiro
SERVIÇO: “LEOPOLDINA, INDEPENDÊNCIA E MORTE”
Duração: 80 minutos. Gênero: drama histórico. Classificação: 12 anos.
Datas e horários: 12 a 30 de setembro de 2019, quinta a segunda, às 20h. Sessões duplas nos dias 16, 20, 23, 27 e 30 de setembro, às 15h e 19h.
Local: Teatro I – CCBB BH - Praça da Liberdade, 450 - Funcionários – Belo Horizonte (MG) - Lotação: 264 lugares
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia entrada) / Venda de ingressos: bilheteria do teatro a partir de 09/09 / ou www.eventim.com.br / Clientes Banco do Brasil pagam meia-entrada e e têm pré-venda exclusiva dias 7 e 8/09.
Mais informações: (31) 3431-9400 I (31) 3431-9503
Ouvidoria BB 0800 729 5678
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Obs: O CCBB BH não tem estacionamento.
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